16 de maio de 2010

Bebidas energéticas

 
Geralmente associado a festas, noitadas e a mistura com bebidas alcoólicas, o energético - bebida produzida à base de substâncias estimulantes, que dão mais vigor ao organismo durante um determinado período - também vem sendo relacionada a hábitos de vida saudáveis, como a prática de esportes.

No Brasil, só uma das cinco marcas que disputam o mercado nacional, a TNT, é patrocinadora de 16 atletas olímpicos brasileiros. Entre julho e dezembro de 2008, o consumo destes produtos no Brasil foi de 11,7 milhões de litros. No mesmo período de 2009, esse número já era de 17,3 milhões, um salto de 48,5%. Mas será que os energéticos são benéficos para a saúde? Ou podem trazer consequências ao organismo? Será que viciam? A lista de dúvidas é grande.



O que é um energético?

Energéticos são bebidas à base de cafeína e outras substâncias estimulantes, como a taurina e a glucoronolactona, que potencializam a resposta do cérebro aos estímulos, deixando o corpo mais ativo ou acelerado. Sua fórmula faz com que a pessoa se sinta revigorada durante algumas horas o que causa uma disposição aparente. Mas a ação dos energéticos também tem efeito rebote para o organismo. Quando consumidas em excesso, as substâncias estimulantes causam ansiedade, agitação, cefaléia e, em alguns casos, apresentam grau de toxidade questionável, como a taurina e a glucoronolactona.


Um energético hidrata o corpo?

Não, pelo contrário, é uma bebida diurética, que faz o organismo eliminar líquido. A principal característica dos energéticos é aumentar a resistência física devido à presença, principalmente, da cafeína.


Por que a combinação com álcool é perigosa?

Quando são consumidos em combinação com álcool, os energéticos provocam aumento da adrenalina, palpitações, suor e dependendo da quantidade ingerida, podem levar à desidratação já que os dois são diuréticos.


O energético tem a mesma função dos isotônicos?

Não. Esta é uma substituição perigosa que pode levar a problemas mais sérios como a desidratação. De acordo com uma pesquisa realizada pela Unifesp, em dezembro de 2009, 20% das pessoas que bebem energéticos os consomem nas academias como se fossem isotônicos. Os energéticos foram criados para amenizar a sensação de exaustão e cansaço, enquanto os isotônicos têm o objetivo de repor a água e os sais minerais que perdemos após uma atividade. Os energéticos aceleram nosso cérebro e nossas funções, camuflando a sensação de cansaço. Já os isotônicos repõem nutrientes importantes. Trocar um pelo outro pode comprometer a saúde e o desempenho de quem não está atento a estas diferenças.


Faz mal tomar o energético em jejum?

O risco de tomar um estimulante em jejum está ligado a absorção de suas substâncias pelo organismo. Um energético ingerido em jejum pode comprometer as funções do estômago e de todo o aparelho digestivo, além de potencializar os efeitos da bebida na medida em que sua absorção se torna mais rápida e os efeitos mais intensos.


Eles prejudicam o sono?

Sim. Em um primeiro momento você perde o sono e fica acelerado, porém, acabado o efeito, o organismo precisa compensar as horas de sono perdidas e daí a pessoa tende a dormir mais. "Você fica agitado por umas horas e não dorme, depois, dorme demais para compensar o tempo perdido


Há interações perigosas com medicamentos?

Sim. O resultado da combinação de energético com medicamentos pode ser bastante prejudicial ao organismo. Se a pessoa já tem algum problema de saúde, tende a piorar. O uso isolado de estimulantes já altera as funções do organismo. Se o remédio também for estimulante, por exemplo, poderá haver uma inibição de seu efeito.


Criança pode tomar?

Os energéticos são assim conhecidos porque apesar de não serem alcoólicos, apresentam uma dose alta de cafeína e de substâncias com nível toxicológico questionável, e o organismo de uma criança não está preparado para receber tamanhas doses.


Tem limite de consumo? Pode consumir todo dia?

Não é recomendado ser consumido todos os dias, principalmente substituindo sucos, água ou refrigerantes tradicionais nas refeições. O clínico geral Flávio Tocci explica que não há nenhuma indicação positiva comprovada em relação aos energéticos e que ingeri-los uma ou duas vezes na semana não faz mal, mas que consumir este tipo de bebida todos os dias pode trazer complicações, assim como ocorre com a ingestão excessiva de qualquer outro estimulante.





Atleta pode consumir? É considerado dopping? O treino rende mais após tomar um energético?

O rendimento físico de qualquer pessoa aumenta depois da ingestão deste tipo de bebida. A pessoa rende mais por que os energéticos aumentam a frequência cardíaca e a temperatura do corpo, melhorando a resistência e a performance do atleta. Apesar de serem liberadas pelo Comitê Olímpico, as substâncias que compõem os energéticos, quando ingeridas em excesso, podem caracterizar dopping.


Dá para tomar pensando em rebater os sintomas da gripe, como o cansaço?

Os energéticos podem comprometer a recuperação de um paciente com gripe ou com algum outro problema, se consumidos em excesso. O problema é combinar energético e remédios e acelerar um organismo que já está mais debilitado. Não faz mal se for consumido uma vez ou outra, mas quando o paciente apresenta qualquer problema de saúde, deve tomar cuidado para não agravar ainda mais seu estado.

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